terça-feira, 17 de junho de 2008

'O que você queria e o que é' (por Daniel Lélis)


Vivo fugindo daquilo que me pesa a consciência. Prefiro assobiar vendo o sol se pondo a perder meu mísero tempo consertando as bobagens que cometi.

Adoraria que tudo fosse de chocolate, que os sonhos se tornassem realidade e que deus existisse.

Ah, como seria bom se nascesse em árvores cédulas de dinheiro.

Seria tão maravilhoso se tudo fosse como novela, onde vilões sempre pagam pelo que fizeram e mocinhos vivem felizes para sempre.

Como seria dignificante se as dores que sentíssemos não passassem de frescura.

No mundo onde nos equilibramos, infelizmente, a simplicidade bondosa das novelas são substituídas pelo assombro das verdades que doem.

Os sonhos doces de um belo verão são transformados numa tarde de choro na praia.

Na vida que levamos, chocolate só amargo e árvore só se for sem galho.

E tudo que é para sempre acaba hoje. E tudo que começa hoje poderá acabar sempre.

E no final de tudo, vilões sorriem da cara do mocinho enquanto fumam o charuto feito de cédulas de dinheiro.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

'Quandos' da vida (por Daniel Lélis)

Eu só quero pegar minha garrafa de felicidade e sair por aí despercebido. Não é tão difícil.
Quero dizer q você que não me importo se me ama ou me odeia, eu continuarei a caminhar rumo a qualquer lugar. Aliás, qualquer lugar sempre será melhor que lugar nenhum.
Posso transbordar de inexperiência, mas saberei no momento certo te aconselhar.
Não se aproxime de mim acreditando só em sorrisos. Vai chegar uma hora em que vou preferir ficar sozinho.
Adoro ser julgado pelo que não fiz, só assim tenho chance de me defender. Aliás, tudo seria tão sem graça se não fossem os inimigos.
Posso gritar horas e horas sem ninguém me ouvir, mas meu silêncio um dia vai te incomodar.
Quando minto, vejo alegria. Quando falo a verdade, me ignoram, mas no final acabam chorando.
E tudo que for criado, uma vez ou outra será invisível. E é naquilo que for invisível que você poderá tropeçar.
Quando tudo der errado, você ainda vai poder sorrir de si mesmo.
Quando tudo parecer estranho, haverá algo de semelhante no espelho da reflexão.
Quando não houver qualquer saída, lembre-se: a luz no fim do túnel ainda está lá. Mas você precisa aprender abrir os olhos.
No seu mundinho tudo pode fluir de acordo com as suas invenções. Mas um dia, não adianta, você percebe que ilusões tem prazo de validade.
Um dia você percebe que não importa quantos caminhos foram desenhados, mas sim qual deles você vai seguir. E que o que faz diferença é quantidade e o que se coloca na garrafa!

sábado, 7 de junho de 2008

'Ainda é tempo de sorrir' (por Daniel Lélis)


Por mais que tudo que temos seja apenas isso aí que podemos ver, há sempre um motivo para rir.
Você finge ser maduro, mas diante do primeiro obstáculo chora que nem uma criança.
Risos.
Você jura que é fiel, mas na primeira oportunidade prefere ser leal. Só leal.
Risos.
Você é o melhor, mas não consegue ver concorrentes.
Risos.
Você odeia pessoas falsas e metidas, mas mente sobre o cabelo da amiga e adoro desfilar seu sapatinho novo.
Risos.
Você é um intelectual, mas sabe que não resiste ao primeiro ditado pré-escolar.
Risos.
Você jura que ama alguém e que por ele morreria, mas na hora da prova final de amor prefere jogar o seu amado. BYE BYE!
Risos.
Você não é fútil, contudo não tira da cabeça a camisa que viu a tarde na loja.
Risos.
Você adora cobrar atenção, mas sabe que poucos te conhecem.
Risos.
Você acredita em todos os amigos, até naqueles que não conhece.
Risos.

Você adora as migalhas que te dão. Até sorri quando de longe enxerga seu dono (e afins) fingindo te controlar.
Você sonha em ser qualquer um daqueles que estejam no quadro da parede da sua casa, mas insiste em não querer construir casa alguma. Quão pretencioso e incompetente você é!
Você pára, olha pro espelho e grita: quem sou eu? Prontinho, você ri sem parar e responde: sou o que imagino e o que esperam de mim. Por mais duro que seja, sou o rei e a cortesã.
Lágrimas.