terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um museu para Araguaína









O tocantinense que acessa as redes sociais tem se deparado, nas últimas semanas, com uma proposta diferente. Lançada no Facebook, uma campanha, cujo idealizador é o professor Régis Carvalho, defende a instalação de um Museu na cidade de Araguaína. Centenas de pessoas tem abraçado a ideia, divulgando-a na internet. 

Faria bem para Araguaína ter um espaço dedicado a preservação de sua memória. Apesar de ser a segunda maior cidade do estado, a capital do boi gordo, como é conhecida, tem assistido ao longo dos seus mais de 50 anos, a cultura sempre ser relegada ao grupo das frivolidades. “Ah, tem coisas mais importantes com que se preocupar”, dizem alguns. Não está certo. Um povo que não valoriza a própria identidade desperdiça a sua história. 

Araguaína tem mais história para contar do que julgam muitos araguainenses. De acordo com Régis, entre as muitas temáticas que poderiam ser exploradas pelo museu, estão: a construção da BR-153 (há um trator que o presidente Juscelino Kubitschek dirigiu durante a inauguração da rodovia que se encontra abandonado), a Guerrilha do Araguaia (há muitos vestígios deste conflito regional que poderiam ser expostos e catalogados), a existência de animais pré-históricos (há evidências de uma preguiça gigante, que viveu por aqui há cerca de 60 milhões de anos, e de um tatu gigantesco, que pesava em média 60 kg) e as comunidades locais que fazem parte da região (quilombolas, ribeirinhas, indígenas, quebradeira de cocos). 

Desse modo, o que não falta para o Museu de Araguaína é material histórico. É só pesquisar, que uma infinidade de objetos, peças, artefatos e itens será encontrada. Numa cidade onde os principais pontos turísticos estão depredados (veja o Cristo), onde o dito Espaço Cultural está falido, onde o cinema fica aquém da demanda e das expectativas, faria bem a criação de um espaço de afirmação e fortalecimento cultural. Se há viabilidade para isso, como dizem, são outros quinhentos. Mas eu imagino que sim, tendo em vista os milhões arrecadados pelo poder público todos os anos com impostos que, afinal de contas, devem ser revertidos a favor da população, inclusive com obras que valorizem aquele que é maior patrimônio de um povo: a sua história. 



Gostou do texto? Este é apenas um aperitivo do que você vai poder conferir na coluna 'Opinando', da Rede Tocantins de Notícias. Aguardem!!!