quinta-feira, 12 de novembro de 2009

DIAS DE TERROR NA MAIOR INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA REGIÃO NORTE DO TOCANTINS


O ITPAC/FAHESA (Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos - Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de Araguaina), maior instituição de ensino superior do norte do estado de Tocantins, vive dias de terror. Os estudantes estão amedrontados com a onda de crimes que vem sendo cometidos dentro da Instituição.
Hoje mais um episódio dessa triste realidade pode ser constatado. E eu, acadêmico do curso de Direito (6° período) fui a vítima da vez. Hoje tínhamos prova no primeiro horário. A prova seria na nossa sala (Bloco G). Contudo, em razão da super lotação, fomos obrigados a fazer a avaliação no Bloco D.Para lá fomos todos. Até aí tudo bem. Terminada a prova, voltamos todos para a nossa sala. O professor do segundo horário já se encontrava por lá. Foi quando percebi que a minha mochila estava diferente. Faltava algo. Quando abri, a ausência do notebook me assustou. Tinham o levado. Enquanto fazíamos a prova no outro pavilhão, um criminoso furtara aquele que era o meu maior instrumento de trabalho e estudo.
Falei com colegas. Indaguei os seguranças particulares. Ninguém viu nada.
Fui à coordenação. A resposta foi: "orientamos os alunos no sentido de não deixarem suas coisas dentro da sala quando lá não estiverem.". É a confissão da ineficiência. É o reconhecimento da falha. A maior instituição de ensino superior de Araguaina reconhece que não oferece a seus alunos a segurança necessária para que estes fiquem tranquilos quanto aos bens deixados em suas mediações.
Outros casos de furtos aconteceram nos últimos tempos. Há relatos de outros notebooks furtados, livros, cadernos e outros. Esse é só mais um caso entre tantos outros que tem aterrorizado os universitários do ITPAC. O estranho, e isso não se explica, é o fato de a faculdade não fazer absolutamente nada para reforçar a sua segurança. Câmeras de vigilância? Só aquelas restritas à secretaria, tesouraria, biblioteca e reprografia. As outras áreas ficam relegadas a própria sorte. Seguranças? Ninguém ver um sequer longe da parte administrativa. É mais fácil o mundo ter acabado ontem e nos estarmos vivendo um sonho, que encontrar um único segurança fazendo a vigília do bloco G.
Mais estranho ainda é a mesma se eximir da obrigação que tem com relação aos bens deixados sob a sua guarda. Como assim? De quem é a responsabilidade? Do Dalai Lama? Do Papa? Ah, tenha a santa paciência.
Fica feio para uma instituição que quer crescer protagonizar fato tão vergonhoso.
A mim, pela perda, restam lágrimas. Ao ITPAC, pela indiferença como trata a segurança de seus acadêmicos, resta a negativa de culpa. É fácil dizer que a culpa é do outro.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

'Meios e fins' (por Daniel Lélis)


Difícil encontrar alguém que não nutra o desejo de aparecer um pouquinho, de se destacar naquilo que faz; de fazer a diferença. Todo mundo sonha ou já sonhou com alguns minutos de fama. Mas quais são os limites para alcançar este objetivo? Vale tudo? Até onde podemos chegar a fim de tornar real o nosso desejo de brilhar? Teçamos algumas considerações.
Tudo tem limite. Nem tudo podemos, nem tudo devemos. Extrapolar as regras, em ultima análise, é colocar em risco todo o jogo em busca dos ideais acima mencionados. Com meios sujos temos fins doentes. É claro que é difícil fechar os olhos para grandes oportunidades mesmo quando estas tenham nobreza questionável. Contudo, mais deve valer o êxito conquistado com esforço e grandeza de espírito que aquele contaminado pelas impurezas de uma realidade muitas vezes injusta e desvalorada. Infelizmente, como muitas vezes velam-se as formas indignas de se alcançar prestígio, estas acabam por parecerem válidas. Errado. A ganância e a ambição não podem em nenhum momento justificar o atropelo ético.
Que seja feita a justiça, portanto, aos que batalham com armas nobres. E aos que, mesmo que fraquejando, insistem corajosamente em fazer do jeito certo. Estes sim são merecedores de admiração, respeito e imitação. É claro que a acepção de “certo” e “errado”, oriunda de uma convenção, é cultural e histórica. Entretanto, é inegável a existência de valores sociais que por serem indispensáveis à nossa sobrevivência, perpassam culturas e gerações. Ser solidário, por exemplo. Não é de hoje que a nossa sociedade vê como obrigação moral ser solidário com o próximo. Sendo assim, todos os aplausos e elogios a quem chegou lá por mérito, esforço e dedicação e sem desprezar os valores socialmente construídos. A quem nunca soterrou os próprios princípios em busca de espaço e reconhecimento.
Afirmo isso porque a tendência, a que percebo, infelizmente é outra. Valorizam-se os meios condenáveis e tranformam os adeptos destes em modelos de conduta. Em vez de reprovação, apreciação. Em vez de punição, mesmo que moral, leniência e conformidade. Lamentável.
Que nos firmemos na contramão dessa dolorosa realidade.

Texto publicado originalmente na Revista Jfashion.