O tocantinense que acessa as redes sociais tem
se deparado, nas últimas semanas, com uma proposta diferente. Lançada no
Facebook, uma campanha, cujo idealizador é o professor Régis
Carvalho, defende a instalação de um Museu na cidade de Araguaína.
Centenas de pessoas tem abraçado a ideia, divulgando-a na internet.
Faria bem para Araguaína ter um espaço
dedicado a preservação de sua memória. Apesar de ser a segunda maior cidade
do estado, a capital do boi gordo, como é conhecida, tem assistido ao longo dos
seus mais de 50 anos, a cultura sempre ser relegada ao grupo das frivolidades.
“Ah, tem coisas mais importantes com que se preocupar”, dizem alguns. Não está
certo. Um povo que não valoriza a própria identidade desperdiça a sua
história.
Araguaína tem mais história para contar
do que julgam muitos araguainenses. De acordo com Régis, entre as muitas
temáticas que poderiam ser exploradas pelo museu, estão: a construção da BR-153
(há um trator que o presidente Juscelino Kubitschek dirigiu durante a
inauguração da rodovia que se encontra abandonado), a Guerrilha do Araguaia (há
muitos vestígios deste conflito regional que poderiam ser expostos e
catalogados), a existência de animais pré-históricos (há evidências de uma
preguiça gigante, que viveu por aqui há cerca de 60 milhões de anos, e de um
tatu gigantesco, que pesava em média 60 kg) e as comunidades locais que fazem parte
da região (quilombolas, ribeirinhas, indígenas, quebradeira de cocos).
Desse modo, o que não falta para o Museu de
Araguaína é material histórico. É só pesquisar, que uma infinidade de objetos,
peças, artefatos e itens será encontrada. Numa cidade onde os principais pontos
turísticos estão depredados (veja o Cristo), onde o dito Espaço Cultural está
falido, onde o cinema fica aquém da demanda e das expectativas, faria bem a
criação de um espaço de afirmação e fortalecimento cultural. Se há viabilidade
para isso, como dizem, são outros quinhentos. Mas eu imagino que sim, tendo em
vista os milhões arrecadados pelo poder público todos os anos com impostos que,
afinal de contas, devem ser revertidos a favor da população, inclusive com
obras que valorizem aquele que é maior patrimônio de um povo: a sua
história.
Gostou do texto? Este é apenas um aperitivo do
que você vai poder conferir na coluna 'Opinando', da Rede
Tocantins de Notícias. Aguardem!!!