A PERGUNTA
A RESPOSTA
A RESPOSTA DA RESPOSTA
Dizer a verdade a Luis Nassif, pelo visto, não o agradou muito. Fazer o quê, né, pessoal? Para muitos, a verdade é uma senhora rabugenta que deve morrer sozinha no asilo das irrelevâncias.
terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Parada Gay de Palmas tem recorde de público, mas continua invisível aos olhos dos políticos tocantinenses
A homofobia já matou 23 homossexuais no Tocantins desde 2002. Os dados são do GIAMA (Associação Grupo Ipê-Amarelo pela Livre Orientação Sexual), única ONG LGBT de Tocantins, e organizadora da segunda maior Parada do Orgulho Gay da Região Norte do Brasil. Ontem, mais um grande passo para combater essas vergonhosa estatística foi dado. Num domingo de sol em Palmas, com a presença de cerca de 10 mil pessoas, foi realizada a VII Parada LGBT de Palmas.
Gente de todos os cantos esteve presente na manifestação. Só Araguaina, segunda maior cidade do Tocantins, teve mais de 200 representantes no evento. Recordista de público e de trios (este ano 4), a Parada do Orgulho LGBT de Palmas teve como lema: "Vote não homofobia, sim cidadania!". O objetivo da manifestação este ano, segundo Silvânio Mota, presidente do GIAMA, foi conscientizar as pessoas a não votarem em políticos homofóbicos. O Tocantins, importante dizer, é o único estado brasileiro que não tem representantes na Frente Parlamentar Mista pela Livre Expressão Sexual, o que demonstra o desinteresse dos políticos tocantinenses por este público.
Este ano, vale acrescentar, vários políticos tocantinenses, inclusive, os candidatos ao governo do estado, foram convidados a participar da Parada. Contudo, como nos 6 anos anteriores, nenhum deles apareceu. O medo de perder votos é, sem dúvida nenhuma, uma das grandes razões para essa lamentável realidade. Contudo, antes de justificar a omissão, esse temor só torna ainda mais indigno o desinteresse político pelos homossexuais do estado. A covardia dos políticos de Tocantins, todavia, é aplaudida por muitos, como o jornalista Cléber Toledo, fanático religioso que chegou a declarar no Twitter na véspera do evento, dentre outros absurdos, que "político cristão não deve participar da Parada". Formador de opinião e dono do site mais famoso do estado, Cléber parece ter se arrependido de suas declarações públicas contra os homossexuais, uma vez que apagou todas as mensagens homofóbicas que havia publicado. Não contava, entretanto, com o fato de eu ter printado algumas delas, como vocês podem comprovar abaixo. (CUIDADO PARA NÃO VOMITAR!!!)
Embora não se admita oficialmente, o Brasil é um dos países mais homofóbicos do mundo. A cada dois dias, segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), um homossexual é barbaramente assassinado. No Tocantins, a homofobia, embora mais velada, continua a fazer as suas vítimas. Há poucas semanas, um universitário homossexual de Araguaina fora brutalmente assassinado a capacetadas.
A verdade é que enquanto os políticos do estado, movidos pelo erro grosseiro de misturar religião e política num país laico, tem medo de perder votos, pais e mães de homossexuais tocantinenses tem medo de perder algo muito mais valioso: os seus filhos.
Daniel Lélis
sábado, 26 de junho de 2010
PARADA GAY DE PALMAS, SEGUNDA MAIOR DA REGIÃO NORTE, ACONTECE NESSE DOMINGO
Segunda maior parada da Região Norte do país, a VII Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) de Palmas acontece neste domingo, dia 27.
O tema do evento, organizado pelo Giama- Grupo Ipê-Amarelo de Luta pela Livre Orientação Sexual, é "Vote não homofobia, sim cidadania!"
Fica aqui o meu convite a todos aqueles que leem o blog para que possam marcar presença neste, que é o mais importante movimento em prol dos direitos humanos de homossexuais no Tocantins.
Daniel Lélis
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Rascunho: 'Seu encontro com você' (por Daniel Lélis)
Lá fora o vento cinza convida folhas a dançarem. A noite nublada esconde estrelas sonolentas. O único barulho que se ouve é o canto do silêncio. Aqui dentro, um coração sombrio vaga perdido, sem entender as razões para o seu próprio desarranjo. O mistério do mundo é perturbador. Na mente, explicações tentam ser construídas, mas sem êxito. O fim então que estava próximo, está aqui. É o fim da inocência. E de repente, no horizonte, um moinho gigante se forma, e vai moendo, uma a uma, muitas de suas esperanças. Desesperado, você se aventura e saboreia as delícias que só a atitude arriscada pode lhe proporcionar. Você procura respostas para perguntas que nunca entenderá. Aos poucos a dor de conhecer o mundo te contamina e te leva para longe de si mesmo. Longe, você descobre que nunca esteve tão perto de si. Aos poucos um a um todos os seus heróis vão sendo derrotados pela verdade. O seu equilíbrio parece te incomodar, mas você disfarça. Sabe que precisa seguir adiante. É, às vezes as melhores surpresas são mesmo a que fazemos. Mas você não está só surpreso consigo mesmo. Pela primeira vez você consegue entender as engrenagens fascinantes que movem o mundo. E isso, muito antes de realizá-lo, parece empurrá-lo para o medo. Você caminha. Não sabe para onde vai. Mas sente que tem força para não cair. Suas lembranças voltam a te assombrar. É a primeira vez também que você se sente feliz ao caminhar de mãos dadas com os fantasmas de sua infância. Quando você é transportado para o hoje descobre que todos os ontens ficaram para trás. Uma pá gigantesca surge e você passa a enterrar uma a uma todas as histórias que ainda te incomodam. A beleza do momento, contudo, é vergonhosa. Não poderia ser diferente. Julgado e condenado, muito de seu passado vai se despedaçando. A noite é fria. Ao longe as estrelas parecem lamentar, mas na verdade nunca estiveram tão orgulhosas. Um ventinho úmido faz balançar seus cabelos. No meio fio da vida, você enfim consegue enxergar-se. O silêncio e o luar tímido nunca pareceram tão fantásticos. Nada será como antes. Essas foram as únicas palavras que você ouviu de sua mascarada consciência. Este é o destino. Você sabe que alguma coisa precisa terminar para que haja um novo começo. As verdades envenenadas da realidade te servem como o mais doce remédio. Só então você descobre que ninguém precisa ser bom o suficiente para ter sucesso. Sorte e dinheiro são ingredientes mais que suficientes. Descobre igualmente que não adianta quanto você se esforce, alguém sempre irá desconfiar de você; que estupidez e hipocrisia são fortes propagandas; que quanto mais se nega o que se é, mais certeza se tem de que o é. Descobre enfim que as utopias não têm prazo de validade. Agora você está de pé. Parece vigiar a si mesmo. Não, não há nada que te faça sentar novamente. Um sono absurdo parece te consolar. Mas a sua aventura ainda não terminou. Conhecer a si próprio exige muito mais. Muito mais. Você sabe disso. Resolve então caminhar, agora de verdade. Na rua, poucos transeuntes. É mais de meia noite. Eleva mais uma vez os seus olhos e percebe que muito tempo se passou desde o início da maior viagem da sua vida. Um encontro forçado seduz mesmo, hein?! O futuro nunca foi tão pouco importante como naquele momento. O mais interessante de se conhecer é que no fundo você sabe que sempre vai ser derrotado pelas suas próprias incertezas. Você para um instante. Parece querer voltar, e volta. Você agora está na sua cama. O sono volta a te chamar. Você o ignora. A redenção bate na sua porta. Você a convida para entrar. É agora. A inocência já em apuros então é atropelada. Grandes e incontestáveis valores são jogados para sempre no porão das irrelevâncias. Só então você consegue ver. Está lá. O esconderijo que você tanto procurava. Você encontrou a saída. O refúgio dos canalhas. Dos sobreviventes. E não adiante o quanto você insista por não fazê-lo, não há outra alternativa. Você precisa se render. É o que você faz. Seus olhos, ardentes e furiosos, calmamente se fecham. Você dormiu. Lá fora o mundo sente pena de você, mas parece contente por derrubar todas as máscaras. Quando acordares, tudo será diferente...
Daniel Lélis
*Rascunhão que serviu de base para a criação do conto "NO PALCO DA VIDA, O SEU ENCONTRO COM VOCÊ", que estará em breve na Revista Jfashion.
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