Um homem de 25 anos, agente de saúde do municipio de Anori (a 195 quilômetros de Manaus) com 16 mil habitantes, foi assassinado com 30 facadas e teve um dos olhos arrancados pelos assassinos que o roubaram e o mataram por ser homossexual. Marlon Neves Gomes foi ainda torturado, degolado e há indícios de violência sexual. O corpo foi encontrado em uma quadra de esportes da cidade na tarde do sábado, próximo a sua residência e a polícia já prendeu três suspeitos. Apesar do latrocínio, roubo seguido de morte, a polícia trabalha com a hipótese da orientação sexual do morto ter motivado a ação dos criminosos. Segundo informações passadas para a Lado A, os assassinos conheciam a vítima e foram identificados por uma testemunha.
Os homens suspeitos de terem cometido a barbárie tiveram que ser protegidos pela polícia pois a população queria linchar os três que mataram Marlonzinho, como era conhecida a vítima, querido por trabalhar em um posto de saúde. O terceiro suspeito foi preso em uma cidade vizinha e por questão de segurança não foi levado a Anori, que conta com um reforço de efetivo vindo para acompanhar o caso. A cidade possui apenas quatro PMs em seu efetivo e recebeu mais seis policiais esta semana. O crime chocou a cidade e gays locais se organizaram para pedir maior atenção contra a violência no município na capital, Manaus.
Segundo o cabeleireiro Jaílson Matias Bezerra, a “Charlete”, da Associação de Gays, Lésbicas e Transgêneros do município, é freqüente a homofobia na cidade e o aumento da violência em razão das drogas. Este teria sido o quarto assassinato do ano na cidade. Ele mesmo disse já ter sido agredido por ser homossexual.
Matéria do site 'Revista Lado A'.
COMENTÁRIO:
A pergunta que fica, depois de mais essa notícia triste é: até quando o preconceito continuará matando, de forma cruel, os homossexuais brasileiros? O que falta para criminalizar esse ódio desumano, injustificado, abjeto, que vitima tantos pelo Brasil afora? A homofobia é uma vergonha nacional. Quantos mais precisarão morrer para que o Estado dê uma resposta?
Daniel Lélis