Depois de mais de 10 anos atuando
na defesa dos direitos dos homossexuais no Tocantins, o Giama Lgbt (Grupo Ipê
Amarelo pela Livre Orientação Sexual), uma das maiores entidades LGBT do Norte
do Brasil, anunciou a suspensão de suas atividades e o fechamento da sede.
Segundo o presidente da ONG, Reni Cruz, a decisão drástica foi tomada por
vários motivos, mas levou em conta especialmente o fato de a entidade não ter
condições financeiras de se manter. Apesar de aprovado, o dinheiro de alguns
convênios não foi repassado. O líder do grupo falou que estava tirando dinheiro
do próprio bolso para arcar com as despesas do GIAMA, o que é um absurdo.
Entre as principais atividades do
Giama, estão a realização da Parada Gay de Palmas, que em 2012 completou 9
anos. Além disso, a entidade desenvolve uma série de ações voltadas para
combater o preconceito contra os LGBT, como a realização de eventos de
politização e conscientização. Todo este trabalho está ameaçado com a
suspensão. É um retrocesso que envergonha.
Onde está o poder público, que
nada faz para socorrer a entidade quando ela mais precisa? O Governo do Estado
não efetuou o repasse dos recursos que deve ao Giama por dois projetos de um
edital que a ONG venceu há 1 ano e meio. Onde estão os GAYS TOCANTINENSES que
se omitem diante dessa crise? Soube que foram organizados eventos, como
feijoadas, para arrecadar dinheiro para a ONG. Contudo, poucos apareceram por
lá. Fosse uma festa, com apresentação de dançarinos seminus, certamente o
público seria maior. É UMA PENA.
Estamos diante do mais doloroso
golpe já enfrentado pela militância LGBT no Tocantins. Anos de conquistas podem
ficar perdidos caso o trabalho não seja levado adiante. E ONDE ESTÃO OS GAYS E
LÉSBICAS DESTE ESTADO? QUAIS AS SUAS PREOCUPAÇÕES? Será que acham que o máximo
de liberdade que podem ter é poder trepar com quem quiserem na hora que
quiserem? Devemos ao Giama muito da liberdade que temos. Sem a ONG, ficamos sem
representatividade alguma. Damos passos para trás, involuímos. Acho que está
passando da hora de acordarmos, de unirmos forças para NÃO PORMOS A PERDER ANOS
DE LUTAS. O Giama existe PORQUE PRECISAMOS dele. É tempo de pressionar o poder
público para fazer a sua parte. Mas antes disso, DEVEMOS FAZER A NOSSA. Tenho
esperança de que venceremos esta crise e sairemos dela ainda mais fortes.
É isso.
//Daniel Lélis