terça-feira, 20 de novembro de 2012

O que tenho a dizer sobre a crise no Giama



Depois de mais de 10 anos atuando na defesa dos direitos dos homossexuais no Tocantins, o Giama Lgbt (Grupo Ipê Amarelo pela Livre Orientação Sexual), uma das maiores entidades LGBT do Norte do Brasil, anunciou a suspensão de suas atividades e o fechamento da sede. Segundo o presidente da ONG, Reni Cruz, a decisão drástica foi tomada por vários motivos, mas levou em conta especialmente o fato de a entidade não ter condições financeiras de se manter. Apesar de aprovado, o dinheiro de alguns convênios não foi repassado. O líder do grupo falou que estava tirando dinheiro do próprio bolso para arcar com as despesas do GIAMA, o que é um absurdo.

Entre as principais atividades do Giama, estão a realização da Parada Gay de Palmas, que em 2012 completou 9 anos. Além disso, a entidade desenvolve uma série de ações voltadas para combater o preconceito contra os LGBT, como a realização de eventos de politização e conscientização. Todo este trabalho está ameaçado com a suspensão. É um retrocesso que envergonha.

Onde está o poder público, que nada faz para socorrer a entidade quando ela mais precisa? O Governo do Estado não efetuou o repasse dos recursos que deve ao Giama por dois projetos de um edital que a ONG venceu há 1 ano e meio. Onde estão os GAYS TOCANTINENSES que se omitem diante dessa crise? Soube que foram organizados eventos, como feijoadas, para arrecadar dinheiro para a ONG. Contudo, poucos apareceram por lá. Fosse uma festa, com apresentação de dançarinos seminus, certamente o público seria maior. É UMA PENA.

Estamos diante do mais doloroso golpe já enfrentado pela militância LGBT no Tocantins. Anos de conquistas podem ficar perdidos caso o trabalho não seja levado adiante. E ONDE ESTÃO OS GAYS E LÉSBICAS DESTE ESTADO? QUAIS AS SUAS PREOCUPAÇÕES? Será que acham que o máximo de liberdade que podem ter é poder trepar com quem quiserem na hora que quiserem? Devemos ao Giama muito da liberdade que temos. Sem a ONG, ficamos sem representatividade alguma. Damos passos para trás, involuímos. Acho que está passando da hora de acordarmos, de unirmos forças para NÃO PORMOS A PERDER ANOS DE LUTAS. O Giama existe PORQUE PRECISAMOS dele. É tempo de pressionar o poder público para fazer a sua parte. Mas antes disso, DEVEMOS FAZER A NOSSA. Tenho esperança de que venceremos esta crise e sairemos dela ainda mais fortes.

É isso.

//Daniel Lélis