domingo, 28 de novembro de 2010

'Quem prega o ódio, patrocina a homofobia' (por Daniel Lélis)





A agressão sofrida recentemente por jovens gays na Avenida Paulista, em São Paulo, e o atentando sofrido por um homossexual depois da Parada LGBT do Rio de Janeiro, diferente do que muitos pensam ou julgam, não correspondem a fatos isolados. Muito pelo contrário. Na verdade, constituem e representam o que acontece com uma freqüência retumbante de Norte a Sul do Brasil. O que todos eles têm em comum? São consequências de uma doença social chamada homofobia. São reflexos do ódio gratuito e da aversão a homossexuais. Patologia que em 2010, segundo dados do GGB – Grupo Gay da Bahia, matou 198 homossexuais em todo o país.
Diante da repercussão dada pela mídia aos atos de violência das últimas semanas contra gays, veio à tona o debate em torno da necessidade ou não de uma lei que criminalize a homofobia em todo o Brasil. O PLC/122, que torna crime a violência contra os LGBT brasileiros, já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e espera aprovação do Senado Federal. Os religiosos fundamentalistas têm anunciado o apocalipse caso isso aconteça. Para eles, sua liberdade de expressão e religiosa estaria comprometida com a proibição da discriminação contra homossexuais. Alegam que padres e pastores poderão ir parar na cadeia caso façam críticas a homossexualidade. Trocando em miúdos, os líderes religiosos temem a lei porque querem continuar tendo o direito de ofender, humilhar e demonizar os homossexuais. A interpretação que fazem do PLC, contudo, não poderia ser mais equivocada.
O PLC/122, diferente do que apregoam os seus opositores, não faz proibição da crítica, nem muito menos pune a opinião de A ou de B. Seu objetivo é outro, qual seja proibir a DISCRIMINAÇÃO e punir a manifestação do PRECONCEITO. Visa o Projeto de Lei dar ao homossexual aquilo que todo ser humano tem direito e o Estado tem dever de garantir: respeito à sua integridade física e moral. Os religiosos homofóbicos se negam a entender dessa maneira e, sob o pretexto de defender as suas convicções religiosas, querem ter o direito de incitar, promover e abençoar o ódio contra os homossexuais. Querem ter o direito de chamar o homossexual de safado, imoral, filho do demônio, pedófilo. Falam em nome da liberdade de expressão, cuja relatividade é notória, mas querem mesmo é ter a liberdade de pregar despudoradamente o preconceito em suas congregações.


A despeito das discussões, a verdade é que, infelizmente, a homofobia continua matando centenas de pessoas todos os anos. E como afirmou em nota a ABGLT (Associação  Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), “a pregação religiosa que ataca os  homossexuais acaba por legitimar atitudes de ódio.” Quem não se lembra de Alexandre Ivo, menino de apenas 15 anos, que foi brutalmente assassinado em junho por um grupo de skinheads simplesmente por ser homossexual?! A violência não se justifica. A sua promoção, de igual modo, não pode continuar legitimada pelo Estado, que, diga-se, é laico, sem religião oficial, não podendo favorecer o entendimento de determinados grupos religiosos.  
Ninguém é obrigado a aceitar o homossexual. Respeitá-lo, porém, é um dever de todos. Inclusive de padres e pastores. Ou seria respeitoso dizer que um gay é uma aberração da natureza, um pecador que queimará para sempre no fogo do inferno, como fazem muitos deles?! Ora essa, claro que não. Usar como desculpa a liberdade de religião e expressão para instigar o ódio contra as minorias sexuais, arrisco dizer, além de ser DESRESPEITOSO, contraria aquele que vem a ser o maior mandamento de Deus: ‘amar o próximo como a si mesmo’.

Daniel Lélis
                                                                                             

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Para refletir: 13 frases (pró-gay) que dizem tudo!




Eu me lembro de um episódio de uma série onde uma personagem se assumia para o seu pai, e o pai não aceitava o rapaz. Eu tinha 8 anos na época, e fui direto para a casa e rezei a Deus – e olha que não venho de uma família religiosa – para que eu tivesse um filho gay
 Fiona Apple

"Quando eu estava no exército, me deram uma medalha por matar dois homens e me dispensaram por amar um"
Leonard P. Matlovich
A Bíblia contém seis condenações aos homossexuais e 362 aos heterossexuais. Isso não quer dizer que Deus não ame os heterossexuais. É apenas que eles precisam de mais supervisão
Lynn Lavner


Por que é que, culturalmente, nós nos sentimos mais confortáveis vendo dois homens segurando armas do que dando as mãos?”
Ernest Gaines

“Se a homossexualidade é uma doença, então deveríamos avisar diariamente no trabalho: ‘Oi. Não posso trabalhar hoje, ainda estou gay'”
Robin Tyler


Eu preferiria ser negro a ser gay, porque quando você é negro, não é preciso contar para sua mãe
Charles Pierce


Soldados que não têm medo de armas, bombas, captura, tortura e morte dizem que têm medo de gays. Claramente, nós não deveríamos ser usados como soldados. Deveríamos ser usados como armas”
Carta para o editor da revista “The Advocate”


O senhor é meu pastor e ele sabe que eu sou gay
Reverendo Troy Perry

“Se Deus me quisesse de outra forma, Ele teria me feito de outra forma”

Johann Wolfgang von Goethe


Os gays deveriam poder se casar. Apenas porque alguém é gay não quer dizer que não precise sofrer como o resto de nós
Jeff Shaw


"Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha".
Luis Fernando Veríssimo

"Para os deficientes quebraram ruas, construíram acessos; Se for ver, os gays pedem muito pouco, pedem a sua cidadania”...
Carlos, assessor de um deputado do Paraná, durante reunião na qual confessou que, antes, era homofóbico

"Com exceção de Deus, minha família, e meu melhor amigo Matthew Williams, a comunidade gay é a única razão de eu estar aqui hoje. Como eu poderia virar as costas para essas pessoas que realmente lutaram por mim?"
Lady Gaga


Frases coletadas em diversos sites da internet. A imagem que ilustra o artigo pertence a série de TV 'Brothers&Sisters'. 


Daniel Lélis

terça-feira, 23 de novembro de 2010

'Palavras Sopradas' registra recorde histórico de acessos

O 'PALAVRAS SOPRADAS' teve hoje, terça-feira, dia 23 de novembro de 2010 o maior número de acessos desde a sua criação há três anos atrás.

Segundo o medidor de acessos do próprio 'blogger', o 'PALAVRAS' teve mais de 750 acessos só hoje.


O artigo mais acessado, 'O QUE TODO CRISTÃO DEVE SABER SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE', postado originalmente no site do GGB - Grupo Gay da Bahia, tem quase 700 acessos.

VEJA O TOP 6 DO BLOG:


A todos que prestigiam o conteúdo do 'PALAVRAS SOPRADAS', o meu MUITO OBRIGADO. O crescimento do blog só aumenta ainda mais a minha responsabilidade de apresentar o MELHOR pra quem me prestigia. Procurarei honrá-la, sem tréguas. 

ABRAÇOS AGRADECIDOS aos leitores amigos.

Daniel Lélis

domingo, 21 de novembro de 2010

Calcule o tamanho da sua 'popularidade' no Twitter




A proposta do 'TweetLevel' é clara: oferecer ao usuário do Twitter uma noção da influência que este tem na rede social. O site avalia, dentre outras coisas, a quantidade de RTs, o número de seguidores e as atualizações, e com base nestas informações, apresenta uma nota para a popularidade do tuiteiro, o seu engajamento e a confiança recebida. Da soma destas e de sua divisão por 3, a ferramenta determina aquela que seria  a nota correspondente ao grau de influência do usuário do microblog.
O site, que assim como o Twitter, é em inglês, é muito fácil de ser usado. Basta digitar o seu nome de usuário, por exemplo @dannlelis, no espaço que tem escrito 'your twitter name' e clicar na no botão 'CALCULATE'. Pronto, você poderá ter uma ideia do alcance e da influência do seu perfil na mais efervescente rede social do mundo.


Daniel Lélis

terça-feira, 16 de novembro de 2010

'Sonhar. Um verbo que rima com esperança' (por Daniel Lélis)

Hoje a proposta deste artigo é muito clara: falar de sonhos. Não aqueles que temos quando estamos dormindo, mas aqueles que gostaríamos de ver realizados quando estamos acordados. Independente da classe social, da idade, da cor, do sexo, todo mundo tem um sonho; ou vários. Sonhar é um remédio infalível contra o pessimismo; um convite irresistível para a felicidade. É sonhando que vislumbramos as melhores possibilidades para o futuro; é sonhando que alimentamos a alma com a chama da esperança.
Desde criança, já temos expectativas para o nosso futuro. Ainda cedo, já temos uma breve noção daquilo que gostaríamos de ter ou ser. A ideia, por mais primária que seja, já reflete a necessidade que temos de estabelecer objetivos para a vida. Quando adolescentes, as dúvidas parecem querer nos engolir. Somos levados a por em cheque muitas de nossas certezas. A insegurança, contudo, não impede que sonhemos ainda mais. É o tempo em que nossos pés já não alcançam o solo. Sonhamos tanto que parece não haver espaço para mais nada. Passada essa fase, com a chegada da maturidade que inevitavelmente nos acomete, nos entregamos com mais prudência e zelo a arte de sonhar. É quando a verdade derruba nossas asinhas. Sonhamos menos, muito embora tenhamos mais ferramentas para fazer realizar os nossos sonhos. A cautela leva de nós a quase insuperável empolgação de outras épocas. A teoria, tão saborosa no passado, vai sendo sufocada pelo pragmatismo desromantizado consequente da chegada dos primeiros cabelos brancos.
Pois bem. Mas o que é preciso para realizar um sonho? Primeiro, e lógico, é preciso sonhar. É preciso instituir metas as quais você desejaria alcançar. Um pouco de otimismo é fundamental. Mas veja: nada de querer consertar as asinhas quebradas, viu?! Manter os pezinhos no chão é essencial. Igualmente, é importante não se deixar abater diante das primeiras dificuldades. Obstáculos sempre existirão. Vai chegar o momento, inclusive, em que alguém vai querer te desanimar. Finja que não ouviu. Acredite que é possível. Faça acontecer. Entregue-se com coragem, firmeza e perseverança. A batalha é árdua, é desafiadora, mas nada nesse mundo é mais gratificante que vencê-la.

***

Neste mês, como você sabe, a JFASHION completa 2 anos de história. A revista, a mais popular de Araguaina e uma das mais badaladas do Tocantins, chega a seu segundo aniversário mais fortalecida que nunca. Parabenizo-a orgulhoso, não somente por fazer parte dessa bonita trajetória, mas por reconhecer que a JFASHION é a prova DEFINITIVA de que vale a pena acreditar e batalhar pelos nossos sonhos.

Daniel Lélis
Artigo publicado originalmente na JFASHION, a revista de sociedade mais badalada de Tocantins. 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Humor para reflexão: 10 razões para rejeitar o casamento gay


1- Ser gay é anti-natural. Pessoas decentes rejeitam coisas anti-naturais como poliéster, computador e ar-condicionado.


2- O casamento gay vai encorajar as pessoas a serem gays também, da mesma forma que ser amigo de pessoas altas te deixará mais alto.


3- Legalizar o casamento gay abrirá as portas para todo tipo de maluquices. Algumas pessoas poderão até querer casar com seus animais porque um cachorro pode ler e assinar um contrato de casamento e chamar um advogado caso queira o divórcio.


4- Casamento hetero está aí há um tempão e não mudou nada: mulheres ainda são propriedade, negros não podem se casar com brancos e o divórcio é ilegal.


5- O casamento hétero perderia seu significado se o casamento gay fosse permitido: a santidade do casamento de 48 horas da Britney Spears seria destruída.


6- O casamento hétero é válido porque produz crianças. Casais gays, inférteis e idosos não podem se casar porque nossos orfanatos não estão lotados ainda, e o mundo precisa de mais crianças.


7- Obviamente, crianças adotadas por gays se tornarão gays, uma vez que casais héteros sempre criam crianças heterossexuais.


8- O casamento gay não é aprovado pela religião. Numa teocracia como a nossa, os valores de uma religião são estendidos ao país inteiro. É por isso que nós só temos uma religião no Brasil.


9- Crianças nunca teriam sucesso na vida sem um exemplo masculino e um feminino para seguir em casa. É por isso que nossa sociedade proíbe que crianças sejam criadas por pessoas solteiras, divorciadas ou viúvas.


10- O casamento gay mudará as bases da sociedade; nós nunca nos adaptaríamos às novas normas sociais. Exatamente como não nos adaptamos à globalização, à democracia e à expectativa de vida mais longa, entre outras coisas.
ATENÇÃO: todo o conteúdo deste post foi retirado do blog  Desobediência Vergana.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O que todo cristão deveria saber sobre a homossexualidade

"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!" (João, 8:32)

1) Não há, na Bíblia, nenhuma só vez as palavras homossexual, lésbica ou homossexualidade. Todas as Bíblias que empregam estas expressões estão erradas e mal traduzidas. A palavra homossexual só foi criada em 1869, reunindo duas raízes lingüísticas: Homo (do Grego, significando "igual") e Sexual (do latim). Portanto, como a Bíblia foi escrita entre 2 e 4 mil anos atrás, não poderiam os escritores sagrados terem usado uma palavra inventada só no século passado. Elementar, irmão!


2) A prática do amor entre pessoas do mesmo gênero, porém, é muito mais antiga que a própria Bíblia. Há documentos egípcios de 500 anos antes de Abraão, que revelam práticas homossexuais não somente entre os homens, mas também entre Deuses Horus e Seth. Segundo o poeta e escritor Goethe, "a homossexualidade é tão antiga quanto a humanidade". Certamente, cada tempo com sua experiência singular, mas com o mesmo direcionar de desejo: o igual.


3) No antigo Oriente, a homossexualidade foi muito praticada. Entre os Hititas, povo vizinho e inimigo de Israel, havia mesmo uma lei autorizando o casamento entre homens (1.400 antes de Cristo). Como explicar, então, que, entre as abominações do Levítico, apareça esta condenação: "O homem que dormir com outro homem como se fosse mulher, comete uma abominação, ambos serão réus de morte" (Levítico, 18:22 e 20:12). Segundo os Exegetas (estudiosos das escrituras sagradas), fazia parte da tradição de inúmeras religiões de localidades circunvizinhas à Israel, a prática de rituais homoeróticos, de modo que esta condenação visa fundamentalmente afastar a ameaça daqueles rituais idolátricos e não a homossexualidade em si. Prova disto é que estes versículos condenam apenas a homossexualidade masculina: teria Deus Todo Poderoso se esquecido das lésbicas ou, para Javé, a homossexualidade feminina não era pecado? Considerando que, do imenso número de leis do Pentateuco, apenas duas vezes há referência à homossexualidade (e só à masculina), concluem os exegetas que a supervalorização que os cristãos conferem a este versículos é sintoma claro e evidente de intolerância machista de nossa sociedade, um entulho histórico, e não um desígnio eterno de Javé, do mesmo modo que inúmeras outras abominações do Levítico, como os tabus alimentares (por exemplo, comer carne de porco) e os tabus relativos ao esperma e ao sangue menstrual, hoje completamente abandonadas e esquecidas. Por que católicos e protestantes conservam somente a negação contra a homossexualidade, enquanto abandonaram dezenas de outras proibições decretadas pelo mesmo Senhor?. Intolerância machista e ignorância que Freud explica!


4) Se a homossexualidade fosse prática tão condenável, como justificar a indiscutível relação homossexual existente entre David e Jônatas?! Eis a declaração do salmista para seu bem-amado: "Tua amizade me era mais maravilhosa do que o amor das mulheres. Tu me eras deliciosamente querido!" (II Samuel, 1:26). Alguns crentes argumentarão que se tratava apenas de um amor espiritual, ágape. Preconceito primário, pois só as coisas materiais são referidas com a expressão "delicioso", e não resta a sobra da menor dúvida que David, em sua juventude, foi adepto do "amor que não ousava dizer o nome". Não foi gratuitamente que o maior escultor de nossa civilização, Miguel Ângelo, ele próprio, também homossexual, escolheu o jovem Davi, nu, como modelo de sua famosa escultura de Florença, na Itália. Negar o amor homossexual entre estes dois importantes personagens bíblicos ("amizade mais maravilhosa que o amor (Eros) das mulheres") é negar a própria evidência dos fatos. "Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvido, não ouvis?!" (Marcos, 8:18).


5) Pelo visto, embora o Levítico fosse extremamente severo contra a prática da cópula anal (determinando igualmente a pena de morte contra o adultério e o bestialismo), outros livros sagrados revelam maior tolerância face ao homoerotismo. O Eclesiastes ensina: "É melhor viverem dois homens juntos do que separados. Se os dois dormirem juntos na mesma cama se aquecerão melhor" (4:11). Num país quente como a Judéia, o interesse em dormir junto só podia ser mesmo erótico. Portanto, na teoria o Levítico era uma coisa e a prática, desde os tempos bíblicos, parece ter sido outra. "Deus nos fez ministros da nova aliança, não a da letra e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica." (II Coríntios, 3:6)


6) A destruição de Sodoma e Gomorra? Indagarão alguns. Oferecemos três informações fundamentais e cientificamente comprovadas que, em geral, são propositadamente escondidas e desconhecidas pelos cristãos: 1) não há evidência histórica ou arqueológica que confirme a real existência dessas cidades; 2) este relato é obra dos "Javistas" (escritores bíblicos do século X a.C.), que se apropriaram de relatos mitológicos de outros povos anteriores aos judeus; 3) a própria destruição da suposta intenção homoerótica dos habitantes de Sodoma em relação aos três visitantes de Abraão (anjos ou homens?) apresenta dificuldades sérias de interpretação, pois quando os habitantes de Sodoma declararam desejar conhecer os visitantes, maliciosamente se interpretou o verbo "conhecer" como sinônimo  de "ato sexual". Segundo os exegetas, das 943 vezes que aparece esta palavra no Antigo Testamento ("yadac" em hebraico), em apenas 10 ela tem significado heterossexual - nenhuma vez o sentido homossexual. A associação do pecado dos "sodomitas e gorromitas" com a homossexualidade é um grave erro histórico, que tem sua oficialização pela igreja católica apenas na Idade Média, a "idade das trevas".


7) A própria Bíblia e o filho de Deus nos dão a chave para corrigir esta maliciosa identificação de Sodoma e Gomorra com a homossexualidade. Segundo os mais respeitados estudiosos das Sagradas Escrituras, o pecado de  Sodoma é a injustiça e a anti-hospitalidade, nunca a violação homossexual. Prova disto, é que todos os textos que aludem à Sodoma no Antigo Testamento atribuem sua destruição a outros pecados e não ao "homossexualismo": falta de justiça (Isaías, 1:10 e 3:9), adultério, mentira e falta de arrependimento (Jeremias, 23:14); orgulho, intemperança na comida, ociosidade e "por não ajudar o pobre e indigente" (Ezequiel, 16:49); insensatez, insolência e falta de hospitalidade (Sabedoria, 10:8; 19;14; Eclesiástico, 16:8). No Novo Testamento, não há qualquer ligação da destruição de Sodoma com a sexualidade e, muito menos, com a homossexualidade (Mateus,10:14; Lucas, 10:12 e 17:29). Só nos livros neotestamentários tardios de Judas e Pedro, é que aparece em toda a Bíblia alguma conexão entre Sodoma e a sexualidade (Judas, 6:7, Pedro, 2:4 e 6;10). Mesmo aí, inexiste relação com o "homoerotismo".


8) Dirão, agora, os crentes mais intolerantes: e as condenações de São Paulo aos homossexuais? Autoridades exegetas protestantes e católicas - como Mcneill, Thevenot, Noth, Kosnik, e muitos outros -, ao examinarem, cuidadosamente, na língua original, os textos das Epístolas aos Romanos 1:2, I Coríntios 6:9, Colosences 3:5 e I Timóteo 1:10, concluíram que, até agora, os cristãos têm dado uma interpretação errada a estas passagens. Quando Paulo diz que certas categorias de pecadores não entrarão no Reino dos Céus - ao lado dos adúlteros, bêbados, ladrões etc... - muitas Bíblias incluem nesta lista os "efeminados" e "homossexuais". Logo de início, há uma condenação injusta, pois muitos efeminados (como muitas mulheres masculinizadas no comportamento) não são necessariamente homossexuais. As mais modernas e abalizadas pesquisas exegéticas concluem que, se Paulo de Tarso quisesse condenar especificamente os praticantes do homoerotismo, teria empregado o termo corrente em sua época e de seu perfeito conhecimento, "pederastas". Em vez desta palavra, Paulo usou as expressões gregas "malakoi", "arsenokoitai" e "pornoi" - que as melhores edições da Bíblia em português traduzem por "pervetores", "pervertidos" e "imorais". Portanto, foram estes pecadores que Paulo incluiu na lista dos afastados do Reino dos Céus, e não os "pederastas", e muito menos os "homossexuais", palavra desconhecida na Antigüidade. Segundo os historiadores, vivendo São Paulo numa época de grande licenciosidade sexual - tempo de Calígula, Nero e de Satiricon -, esperando o próximo retorno do Cristo e o fim do mundo, ele condenou, sim, os excessos e abusos sexuais dos povos vizinhos, mas nunca o amor inocente e recíproco, tal qual o de David e Jônatas. Há teólogos protestantes que chegam a diagnosticar Paulo de Tarso como homossexual latente (alusão feita por ele próprio ao misterioso "espinho na carne" que tanto o preocupava, além de sua manifesta e cruel "misoginia" ou ódio às mulheres). E, se a condenação paulina inclui também os bêbados, corruptos, caluniadores, por que atirar tanta pedra somente nos homossexuais? Também aqui, Freud explica! E tem mais: o próprio Filho de Deus disse que "há eunucos que assim nasceram desde o seio de suas mães" (Mateus 19:12), ensinando, num sentido figurado, que faz parte dos planos do Criador que alguns homens tenham uma sexualidade não reprodutora biologicamente. Todos somos imagem de Deus!


9) O maior argumento para se comprovar que as Escrituras Sagradas não condenam o amor entre pessoas do mesmo gênero, é o fato de Jesus Cristo nunca ter falado nenhuma palavra contra os homossexuais! Se o "homossexualismo" fosse uma coisa tão abominável, certamente o Filho de Deus teria incluído esse tema em sua mensagem. O que Jesus condenou, sim, foi a dureza de coração, a intolerância dos fariseus hipócritas, a crueldade daqueles que dizem Senhor, Senhor!, mas esquecem da caridade e do respeito aos outros (Mateus, 7:21). E foi o próprio Messias quem deu o exemplo de tolerância em relação aos "desviados", andando e comendo com prostitutas, pecadores e publicanos. E tem mais: Jesus Cristo mostrou-se particularmente aberto à homossexualidade, revelando carinhosa predileção por João Evangelista, "o discípulo que Jesus amava", o qual, na última Ceia, esteve delicadamente recostado no peito do Divino Mestre. Há teólogos que chegam a sugerir que Jesus era homossexual, pois além de nunca ter condenado o homoerotismo, conviveu predominantemente com companheiros do seu próprio gênero, manifestou particular predileção pelo adolescente João e nunca se casou, além de revelar muita sensibilidade com as crianças e com os lírios do campo, comportamentos muito mais comuns entre homossexuais do que entre machões. O ensinamento do discípulo que Jesus amava não podia ser mais claro: "Filhinhos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e tudo o que é amor é nascido de Deus e conhece a Deus" (I João, 4:4).


10) A Bíblia é um livro muito antigo, repleto de imagens simbólicas, parábolas e figurações. Interpretar as Escrituras ao pé da letra é ignorância, fanatismo e até pecado, pois o próprio Filho de Deus garantiu: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á a verdade" (João, 16:12). Do mesmo modo como Galileu ensinou-nos a verdade a respeito da Astronomia, corrigindo a Bíblia e opondo-se à crença dos cristãos de sua época, assim também hoje todos os ramos da Ciência garantem que a homossexualidade é um comportamento normal, saudável e tão digno moralmente como a orientação sexual da maioria das pessoas. Negar esta evidência científica é repetir a mesma ignorância intolerante do Papa que condenou Galileu. Não devemos temer a verdade que liberta, pois o próprio Jesus nos mandou imitar "o escriba instruído nas coisas do Reino dos Céus, que como um pai de família, tira de seu tesouro coisas novas e velhas" (Mateus, 13:52). Mesmo que o Papa ou os pastores continuem a negar os direitos humanos dos gays e lésbicas, mesmo que cristãos ignorantes continuem a repetir as ultrapassadas abominações do Velho Testamento, para os verdadeiros crentes o que vale é o exemplo do Filho de Deus, Jesus Cristo, que nunca condenou a prática da homossexualidade. "E conhecereis a verdade, a verdade vos libertará!" (João, 8:32).




INDICAÇÕES DE LEITURA:
 
1. Homossexualidade: Ciência e Consciência, de Marciano Vidal (Edições Loyola, SP, 1985).
2. A sexualidade humana: novos rumos do pensamento católico americano, de Anthony Kosnik (Editora Vozes de Petrópolis, RJ, 1982).
3. Pastoral com homossexuais, do Padre José Transferetti (Editora Vozes de Petrópolis, RJ, 1999).


ATENÇÃO: Todo o conteúdo deste post foi retirado do site do GGB- Grupo Gay da Bahia, uma das mais antigas e atuantes entidades brasileiras que lutam pelos direitos dos homossexuais.

Site do GGB: http://www.ggb.org.br

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

'A igualdade é colorida', por Marco Aurélio de Mello

São 18 milhões de cidadãos considerados de segunda categoria. Em se tratando de homofobia, o Brasil ocupa o primeiro lugar.
SÃO 18 milhões de cidadãos considerados de segunda categoria: pagam impostos, votam, sujeitam-se a normas legais, mas, ainda assim, são vítimas de preconceitos, discriminações, insultos e chacotas. 
Em se tratando de homofobia, o Brasil ocupa o primeiro lugar, com mais de cem homicídios anuais cujas vítimas foram trucidadas apenas por serem homossexuais. 
Números tão significativos acabam ignorados porque a sociedade brasileira não reconhece as relações homoafetivas como geradoras de direito. Se o poder público se agarra a padrões conservadores, o dia-a-dia cria o fato, obrigando as instituições a acordar. 
Um caso revelador dessa omissão aconteceu no Sul: após 47 anos de vida em comum, falecido o parceiro, cujo patrimônio se formara antes do vínculo, o Estado reivindicou a herança, alegando não haver herdeiros legais. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, porém, reconheceu a relação afetiva do casal, assentando o direito do sobrevivente aos bens. 
O Judiciário gaúcho sobressai pela modernidade, havendo sido o primeiro a julgar ações ligadas a vínculos homoafetivos na vara de família, e não na cível. A diferença é significativa. 
No primeiro caso, reconhece-se o vínculo íntimo, de familiaridade; no segundo, o societário, e aí, findos os anos de convivência, os parceiros são tidos como sócios, dividindo-se o patrimônio adquirido. Se nada for obtido na constância da relação, nada será devido. Tal postura mostra-se, no mínimo, injusta, porque não admite que a origem, a base da união é o afeto, não a vontade de compor sociedade. A jurisprudência vem avançando. 
Começa a firmar-se o entendimento de que essa parceria se equipara à união estável, sobretudo para evitar o enriquecimento de outrem. Na maioria das vezes, parentes que costumam alijar do convívio o homossexual reclamam a herança por este deixada. 
A Justiça vem admitindo o direito de casais homoafetivos à guarda e adoção de crianças. Na Bahia, há pouco se estabeleceu o direito de visita da ex-parceira ao filho gerado pela outra. 
Em São Paulo, permitiu-se que dois parceiros adotassem quatro irmãos. Em geral, no entanto, só um adota -a lei permite que solteiros o façam-, em prejuízo do adotado, que perde o direito à proteção conjunta. 
No rastro de decisões judiciais, o Executivo, compelido pela realidade e mediante atuação do INSS, estendeu aos homossexuais o reconhecimento do vínculo, a gerar o direito ao plano de saúde e à pensão. 
Se, no âmbito federal, as mudanças vêm a fórceps, as legislações municipais e estaduais se mostram mais adequadas às transformações sociais. 
Desde 1999, vige, em Salvador, a lei nº 5.275/97, que proíbe a discriminação homofóbica. 
Aguarda ainda apreciação pelo Senado o projeto de lei nº 5.003/2001, que enquadra a homofobia como crime, já aprovado na Câmara dos Deputados, onde tramita também projeto que proíbe os planos de saúde de limitar a inscrição de dependentes no caso de parcerias homossexuais. 
Essa homofobia não deixa de ser curiosa ante a tradição de tolerância dos brasileiros quanto à diversidade cultural e religiosa. E foi aqui que se realizou a maior parada gay do mundo, superando a pioneira São Francisco, na Califórnia. 
É fato: nos últimos anos, alguns tabus foram por água abaixo, como a concepção de que homossexuais não poderiam adotar. Desde 1984, quando retirada a homossexualidade do rol das doenças, esse argumento deixou de respaldar práticas abusivas, como tratamentos psiquiátricos. A melhor notícia parece ser a censura social: hoje em dia é politicamente incorreto defender qualquer causa que se mostre preconceituosa. Se a discriminação racial e a de gênero já são crimes, por que não a homofobia? 
Felizmente, o aumento do número de pessoas envolvidas nas manifestações e nas organizações em prol da obtenção de visibilidade e, portanto, dos benefícios já conquistados pelos heterossexuais faz pressupor um quadro de maior compreensão no futuro. 
Mesmo a reboque dos países mais avançados, onde a união civil homossexual é reconhecida legalmente, o Brasil está vencendo a guerra desumana contra o preconceito, o que significa fortalecer o Estado democrático de Direito, sem dúvida alguma, a maior prova de desenvolvimento social. 

MARCO AURÉLIO MELLO é ministro do Supremo Tribunal Federal.
 
Fonte: Folha de SP, 19/08/2007

domingo, 7 de novembro de 2010

Um site com backgrounds gratuitos para o seu Twitter






Cansado do seu background?! Não sabe fazer um legal, chamativo? Está sem criatividade para criar um BG descolado? Não conhece um site legal que ofereça o serviço gratuitamente? Bom, o Dan ajuda você. Pesquisei e dentre todos os sites que oferecem planos de fundo 'free' para o Twitter, um dos mais interessantes que encontrei é o 'Twitrounds'. São centenas de opções para você escolher. O site é inglês, mas é muito fácil de ser utilizado. Basta selecionar o BG do seu agrado e clicar na alternativa: 'Apply to Twitter'. Você então será direcionado para a página do Twitter. Lá você deve clicar em 'ALLOW'. Pronto. Um novo plano de fundo com a sua cara será automaticamente aplicado ao seu microblog. As opções 'Tweet New Background' e 'Follow twitrounds' são facultativas. A primeira cria um tweet divulgando seu novo BG. A segunda faz com que você siga o site criador do plano de fundo. Fique a vontade para marcá-las.


LINK DO SITEhttp://twitrounds.com



Daniel Lélis


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Os 5 artigos mais acessados do 'PALAVRAS SOPRADAS' até hoje




1º lugar:
21/07/2010, 2 comentários
232 Visualizações de página
28/06/2010, 10 comentários
228 Visualizações de página
11/07/2010, 2 comentários
208 Visualizações de página
22/10/2009
148 Visualizações de página
27/10/2010, 1 comentário
128 Visualizações de página

Fonte: BLOGGER

Descubra quantos fakes te seguem no Twitter



Esse site promete dizer quantos dos seus seguidores são fakes (perfis falsos e afins). BACANINHA. Confira pelo link abaixo:


                                                      
                               http://twifakes.heroku.com/




Daniel Lélis

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

JOTTA NUNES RECEBE PRÊMIO DE MELHOR COLUNISTA SOCIAL DE ARAGUAINA


O colunista social mais amado do Tocantins, queridinho da socialites, ganhou no dia 29 de outubro de 2010 o prêmio de melhor colunista social de Araguaina. O evento, Prêmio Profissional de Sucesso 2010, aconteceu na Estância Gaúcha e contou com a presença de várias personalidades da cidade. Parabéns, JOTTINHA! Você merece!


Foto: Rodolfo César


Daniel Lélis

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rascunho: 'A pergunta que veio ao entardecer' (por Daniel Lélis)




O céu guloso monta o seu maior espetáculo. Ao longe algumas poucas andorinhas bailam despreocupadas. Um escurinho já se anuncia, mas enquanto não apresenta a noite, o dia desenha aquele que vem a ser a maior de suas belezas: o pôr-do-sol. Uma infinidade de sensações percorrem o seu corpo. Sua memória te convida para sonhar. Mas os seus olhos são teimosos e querem apenas contemplar com gratidão o fenômeno que se materializa a sua frente. Não há barulho. E mesmo que houvesse, você seria indiferente. O que importa ali é a apreciação de um presente da natureza. Uma oferta da vida para os seus olhos nunca esquecer. Você está parado. O sol vai traçando a sua despedida rotineira. Cores vibrantes, talvez tristes, pintam o céu. Nenhuma nuvem ousa atrapalhar o momento. No fundo dos seus olhos então uma senhora pergunta aparece. Você percebe. Sabe que não há como fugir dali. De repente, o vento sussurra ao seu ouvido o questionamento que naquela ocasião de beleza pura o destino deseja fazer. O azul do céu de repente é substituído. Nele, você agora enxerga desesperado a questão já ensaiada pela brisa do entardecer. Seus olhos se abrem. Caberiam mil leões ali.
Qual a razão do nosso existir?, é o que pergunta a sua perdida, mas valorosa, consciência. Nenhuma resposta será dada, você sabe. Mas é preciso fingir. A consciência costumar pesar quando o que sustenta a alma é apenas a leveza das aparências. Mas alguém que não foi convidado resolveu reaparecer. É o seu passado. Por um breve espaço de tempo, você pensa em ignorá-lo. Inutilmente, claro. Ele veio até você para mostrá-lo que há perguntas que só ele pode responder. E é o que ele faz. A noite parece próxima. O sol já dá o seu adeus de todos os dias. A luz já é escassa. Mas há uma chama suspensa no ar. Sua intenção: não deixar que o breu da noite esconda a pergunta que não quer calar. A pergunta que grita aos seus ouvidos. O passado finalmente mostra a que veio. Uma pontinha de desespero te consome, mas só então você descobre que tudo ali faz sentido. Ora essa, o passado, embora sempre fique para trás, nos acompanha de perto. Mesmo que muito dele não seja colorido, são dos seus desdobramentos nascem o fruto valioso que chamamos de MATURIDADE. Ela, diga-se, não é, embora muitos assim entendam, apenas o reflexo do passar do tempo. Ela não é consequência meramente da chegada dos cabelos brancos. Ela brota de nossas experiências. E não é preciso ter 100 anos para ter vivenciado com completude e intensidade o que a vida tem para oferecer. Muito pelo contrário. Sabe-se que há pessoas que mesmo chegando aos três dígitos não teriam dez páginas de histórias para contar. Muitas outras, na contramão do senso comum, viveram bem menos e uma biblioteca inteira não seria capaz de traduzir com plenitude as suas muitas histórias de vida. Algumas pessoas vivem, outras apenas existem. Já dizia Cazuza, o moço que muito viveu embora pouco tenha existido.
O imbatível anoitecer já deu as caras. Não há luar. Tímidas estrelas vão surgindo. A chama permanece resoluta a sua frente, não permitindo que a noite esconda de ti a nobre interrogação. Você suspira e se indaga: por que existimos? O passado dá palminhas no seu ombro e lembra você que não é preciso ir longe para encontrar a resposta. Ela está dentro de você. Mais precisamente em seu coração. É o amor, você fala. O amor é a resposta. Existimos por amor. Existimos para amar. A pergunta, ora indiscreta, satisfeita afugenta-se. A resposta aflita enfim é saboreada. Sua alma feliz parece um entardecer risonho.

Daniel Lélis

terça-feira, 2 de novembro de 2010

CONTRATO PARTICULAR DE UNIÃO ESTÁVEL, CESSÃO DE DIREITOS, OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS E OUTROS PACTOS, NA FORMA ABAIXO DECLARADOS (MODELO BÁSICO)



(MODELO BÁSICO, a serem substituídos os dados pessoais dos contratantes)
   
Por este instrumento particular de Contrato de União Estável de convivência duradoura, pública e contínua, nós, abaixo assinados, FULANO (A), brasileiro (a), nascido (a) ao DIA-MÊS-ANO, NA CIDADE DE (  ), ESTADO,  RG. SSP/SP, PROFISSÃO, ESTADO CIVIL e BELTRANO (a), brasileiro (a), nascido ao DIA-MÊS-ANO , em -------, ESTADO, RG. , PROFISSÃO, solteiro (a),  ambos (as) residentes (OU NÃO) TAL IMOVEL SITO  à Rua (tal), número, bairro, estado,  perante as testemunhas abaixo assinadas, por ser a expressão da nossa vontade, ficam justos e contratados o que abaixo descreve, através deste instrumento público de contrato.

Cláusula Primeira: Os (as) CONVIVENTES vivem sob o mesmo teto desde de (___/___/___), e através deste contrato obrigam-se reciprocamente, durante a convivência, ao respeito, à consideração, à assistência moral e material, a uma dedicação mútua e esforço em comum no sentido de atingir a harmonia necessária ao bem-estar que o aconchego do lar lhes poderá oferecer. E os bens e direitos adquiridos na constância da convivência por qualquer um dos (as) conviventes passarão a pertencer a ambos (as), e em partes iguais.

Cláusula Segunda:  O presente Contrato é por tempo indeterminado, e as partes, ficam obrigadas a registrar a eventual dissolução desta união no caso de virem a desfazer este contrato.

Parágrafo único: Em caso de rescisão contratual por um dos (as) CONVIVENTES, procedida consensualmente a partilha dos bens e direitos, valerá a mesma de pleno direito, gozando da presunção de sua imutabilidade, decorrente do pacto sunt servanda, e que ambos desde já, renunciam reciprocamente o direito de reclamar em juízo ou fora dele. Fica ressalvada a possibilidade de revisão por razões da cláusula Rebus sic stantibus, subsistindo contraposição ao Pacto sunt servanda, ou seja, sempre que um acontecimento extraordinário e imprevisto vier a determinar uma excessiva onerosidade de prestação a um dos CONVIVENTES.

Cláusula Terceira: Causas de extinção do presente Contrato: por resolução involuntária (força maior ou caso fortuito); por resilição unilateral ou bilateral (por simples declaração de um ou de ambos os (as) CONVIVENTES); por rescisão unilateral ou bilateral (quando há lesão às cláusulas de Convivência previstas na cláusula primeira terceira); e finalmente, pela Cessação (quando há morte de um dos (as) CONVIVENTES ou de ambos (as)).

Cláusula Quarta:  O termo inicial do presente contrato é a partir do momento em que os (as) CONVIVENTES iniciaram a viver sob o mesmo teto (cláusula primeira).

Cláusula Quinta:  Os (as) CONVIVENTES, neste ato, renunciam de forma irretratável e irrevogável, a qualquer ajuda material, a título de alimentos, em caso de extinção do presente contrato, por quaisquer de suas formas.

Cláusula Sexta: Os (as) CONVIVENTES, neste ato, prometem, reciprocamente, por si, seus herdeiros e sucessores, a fazerem a cessão da parte de bens e direitos adquiridos na constância União Estável. Todavia, a presente cessão está dotada de condição suspensiva (CC, 121), somente se perfazendo em caso de morte de um deles. Na hipótese de morte de ambos, considera-se a presente cláusula não escrita.

Cláusula Sétima: Fica eleito o foro da Cidade de ........, Estado de........., para dirimir dúvidas porventura vinculadas ao presente instrumento.



Disposições Gerais:

Declaramos ser verdade que somos solteiros (as), livres e   desimpedidos (as) para a realização deste ato público e solene, através do qual   por nossa livre e espontânea vontade, fica reconhecida e confirmada nossa  união estável. Devido à inexistência em nosso país de outros mecanismos legais específicos que incluam os casais homossexuais,  conferimos a este ato e documento o mesmo  significado, valor e atribuições semelhante ao legalmente reconhecido às uniões estáveis entre  casais de sexo opostos.

Considerando que a Constituição Federal reconhece a união estável como  entidade familiar, fundamentada na convivência pública, contínua e   duradoura, garantindo a comunhão de bens e direitos entre os companheiros;  considerando que aquilo que não é proibido, é permitido e que as uniões  estáveis entre homossexuais não são proibidas por nenhuma lei; considerando  que as relações estáveis homossexuais são uniões baseadas no afeto e  solidariedade mútua, observando-se identidade de efeitos entre união homossexual e união estável, ficam legitimadas assim as uniões homo afetivas como verdadeiras famílias posto que duradouras, públicas e contínuas, conforme jurisprudência já firmada em diversos tribunais de diferentes  comarcas do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia; considerando que a  Constituição Federal através do artigos 3.º, inciso IV, 5.º inciso I e 7.º,  inciso XXX, estabelece que a dignidade da pessoa humana deve ser assegurada, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação;

Assim sendo, este ato e documento a ter validade plena para efeitos legais, posto que lícito e justo de acordo com os princípios elementares dos direitos humanos  universais e a Carta Magna do Brasil, servindo como documento comprobatório para que os contraentes possam usufruir plenamente das vantagens e direitos inerentes à união estável; Confirmam os abaixo assinados que com este contrato de união estável preenchem os requisitos formais exigidos pelas Instruções Normativas do  Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de n.º 25 e 50, de 7/6/2000  e 8/5/2001, respectivamente, através das quais estabelecem-se procedimentos a serem adotados para a concessão de pensão por morte de companheiro ou   companheira homossexual, legitimando em seu Art. 3, XIII "quaisquer outros  documentos que possam levar à convicção da comprovação da União Estável e dependência econômica com o companheiro homossexual.

Por ser a expressão da verdade, firmando a expressa vontade de cada uma das partes, e por acreditarem os termos acima justos e contratados, as partes assinam o presente contrato em duas vias de igual teor e forma e para um só fim de direito, na presença das testemunhas abaixo que a tudo assistiram.

Local, data

__________________________                                                            _____________________
Nome do (a) conivente  (1)                                                        Nome do (a) conivente (2)


Testemunhas:

__________________________                                                 __________________________
Nome completo, RG                                                                Nome completo, RG

Fonte: GIAMA/ABGLT