terça-feira, 25 de março de 2008

'Contra a apologia heterossexual' (por Daniel Lélis)


Fala-se muito, entre pseudo-intelectuais, é claro, de uma espécie de fenômeno moderno (nem tanto convenhamos) chamado de "apologia homossexual".Com metodologias circulares e fadadas a idiotia, existem homens e mulheres que acreditam que homossexuais, assumidos ou não, estão obrigando os chamados heterossexuais a se converterem ao mundo da homossexualidade. No orkut, maior site de relacionamentos do Brasil, tem até uma comunidade que acredita em tal apologia. Com nome bem sugestivo, "Contra a apologia homossexual", a comunidade conta com mais de 300 membros e se descreve como protetora da liberdade de expressão e no final de sua descrição fala do alto índice de suicídios entre homossexuais. O grupo parece não ter muito apreço ao estudo fiel e honesto dos comportamentos sexuais da sociedade brasileira. Para chegar as suas conclusões, simplesmente se baseia em medíocres relações númericas, pouco aceitáveis, diga-se de passagem. É uma espécie de dor de cotovelo com relação ao prestígio cada vez maior do movimento homossexual. Os que condenam a suposta "apologia homossexual" não lembram que na verdade se há apologia de um grupo sexual na sociedade, este parte dos heterossexuais, quando estes ditam de maneira estúpidaa o que deve ou não ser feito na cama e com quem deve. Desde cedo, homossexuais de todas as nacionalidades, em especial as subdesenvolvidas, se vêem obrigados a cultuar os padrões de vida heterossexual, fazendo deles leis a serem seguidas à risca.Quer maior apologia a heterossexualidade que ver 99% dos casais televisionados expressarem suas relações entre sexos opostos? Nem por isso homossexuais se tornam heterossexuais.O pensamento de que homossexuais obrigam "machos" a se tornarem homossexuais é cruelmente derrubado quando vemos que mesmo diante da pressão do comportamento heterossexual, homossexuais se acham intactos e continuam sendo homossexuais. Se há apologia que precisa ser acabada, esta é a heterossexual.Ela sim é perigosa, pois inibe a vivência da verdadeira sexualidade, ao limitar o "natural", o "normal" a um punhado de "normas" grandemente questionáveis.